terça-feira, 25 de março de 2014

ENTENDENDO A OCUPAÇÃO NELSON MANDELA, NO BARREIRO, EM BELO HORIZONTE, MG.

ENTENDENDO A OCUPAÇÃO NELSON MANDELA, NO BARREIRO, EM BELO HORIZONTE, MG.

Hemerson Morais – Do Jornal A VOZ – www.jornalavoz.com   


No dia primeiro de março aproximadamente 310 famílias ocuparam um terreno próximo a Vila Santa Rita. Conversamos com Frei Gilvander para entender um pouco melhor como se deu esse movimento. O que é ocupar? Pedimos a Gilvander que nós explicasse do ponto de vista de quem briga por direito a moradia a diferença entre ocupação e invasão.

Jornal A Voz: Qual a diferença entre Invasão x Ocupação?

Frei Gilvander: Várias pessoas se referem à ocupação como sendo invasão, mas não é. Invasão é quando se ocupa um espaço que já está ocupado, por exemplo, se uma pessoa chega e toma a casa de uma família, tirando deles o necessário para viver, isso é invasão. Ocupação é um instrumento parecido com uma greve, ela serve pra pressionar o governo a fazer política pública,a constituição nos referenda, quando diz que é legítima a ocupação, como forma de pressão para que o poder público cumpra seu dever.

AV: Por que eles ocupam aquela área?

FG: No Barreiro há um luta que já dura mais de 30 anos pelo direito a moradia e os terrenos onde estão localizadas as ocupações da região – Eliana Silva, Ir. Dorothy, Camilo Torres e Corumbiara – é uma área com cerca e 1,5 milhão de hectares, e que até o começo da década de 1990, era uma área pública. Vendida a algumas empresas para a implantação do Centro industrial do Barreiro. Uma das clausulas do contrato firmado, previa a construção de empreendimentos que gerassem emprego para os moradores daquela região, clausula essa que não cumprida.

AV: Como está a Situação Jurídica da ocupação?

FG: A Polícia do Meio Ambiente esteve no local e averiguou que a área não se trata de reserva ambiental como foi dito a um primeiro momento, o que possibilitou um acordo pela permanência ali, eles deveriam manter distância mínima de 30 metros, relativa ao curso d’água, pois há um pequeno córrego que passa pelo local. Até o momento eles não foram informados de nada relativo a processo para reintegração de posse. E seguiram ocupando, até que o Ministério Público ofereça uma solução para a situação.


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